quarta-feira, 24 de junho de 2009

CAUSA E EFEITO




Os homens brigam entre si
Porque não descobriram ainda o amor
Brigam, se desentendem, estressam – se
Porque não descobriram ainda que somos um só.

Somos todos iguais,
Ninguém é mais.

E não descobrimos isso ainda.
Por isso nos gladeamos
Nos machucamos, nos arrebentamos

E depois – estranho – Nos arrependemos.

Não descobrimos que somos amigos
Que somos filhos queridos de um só
Estamos iludidos,
Somos mentes anestesiadas
Por isso brigamos tanto.

Ainda não encontramos a paz
A serenidade.
Por isso queremos sempre mais
Ansiamos sempre mais
Por que não encontramos a paz.



Isso nos faz infelizes...
Mas vejam só – as vezes até pensamos que somos felizes – Somos sim, mas um pouquinho só; É só um grau.
Ainda não encontramos a verdadeira
A verdadeira paz e felicidade,
E é por isso que nos gladiamos tanto.

19/06/2009 11:40 hs

domingo, 21 de junho de 2009

BAGAGEM



De tudo leva – se um pouco.
Um pouco de coragem
Um pouco de sorriso
Um pouco de maldade
Um pouco de vida
E, também, um pouco de morte.
De tudo leva – se um pouco
De tudo perde – se um pouco
De tudo mas de tudo mesmo
Ganha – se um pouco.
Um pouco de porrada
Um pouco de pancada
Um pouco de glória
Um pouco de fundo do poço.
Um pouco de bebida
Um pouco de ressaca
Um pouco de carinho
Um pouco de desprezo.
Um pouco de alma livre
Um pouco de presidio.
Um pouco de amigos
Um pouco de inimigos.
Leva – se um pouco
De tudo que se vive.
Um pouco de vontade
Um pouco de desanimo.
Leva – se de tudo um pouco
De tudo. De tudo mesmo.
Um pouco de atitude
Um pouco de recuo.
Um pouco de peito aberto
Um pouco de escudo.
Um pouco de limites
Um pouco de sem fronteiras.
Um pouco de tristezas
Um pouco de alegrias.
Um pouco de delicias
Um pouco de amarguras.
Um pouco de beleza
Um pouco de horrível.
De tudo leva – se um pouco
De tudo
Carrega – se um pouco.


A mala cheia
Carrega de tudo um pouco
Um pouco de saudades
E um pouco de futuro.
De tudo um pouco.
Na mala pesada
Cheia
Bem cheia
De tudo um pouco.
06/04/2008

BELAS COISAS




Gozar cada momento.
Ver o vôo dos pássaros
As luzes da cidade
A doce forma de andar das meninas.
Caminhar de passo leve pela cidade
Passo a passo
Sentindo cada momento das ruas.
Passar pela praça e olhar
As belas folhas e flores das árvores.
Olhar a lua pela janela
E ver....
Como é lindo seus raios
A iluminar a cidade.
Vestir uma camiseta nova
E sair....
Sem destino....
Ao encontro do acaso.
Mais uma vez,
da janela,
Contar estrelas no céu
Ou somente olha –las
Contempla – las....


Encontrar um amigo
Na esquina
E conversar por mais de uma hora
Sem ver o tempo passar.
Ou,
quem sabe,
uma linda amiga
A futura namorada.
Ver o sol abraçar a noite
Infalível.
A clarear a vida
Deixando a noite para o amanhã
Fazer uma prece
Ou uma reflexão, de coração.
E perceber, sentir
Que deus está sempre por perto
A cada passo.... em qualquer lugar.
Encontrar,
Depois de um longo tempo,
Os pais com saúde
E dar e receber um longo , gostoso e carinhoso abraço.
Sentir o vento.
Doce.
Passeando pelo rosto
E refrescando o corpo.
Andar de corpo leve.
Alma leve.
Receber um sorriso espontâneo
E melhor ainda, dar um espontâneo sorriso.

HAVERÁ UM TEMPO



Haverá um tempo em que a paz reinará.
O amor, como cachoeira rolando
Passará por todos os seres com mão amiga
Limpando tudo que é podre.
Haverá um tempo
Em que a dor não tem mais força
E não chega aos nossos pés
E tudo que é vida vai se gostar.
Todos os homens vão se dar.
Agora livres e transparentes.
Sem computadores para se soltar.
Em um mundo real
Frente a frente
Com afetos para gladiar.
Na arena, vamos ver quem sorri mais!
Morrer? Só se for de rir!
Haverá um tempo
Em que as pessoas terão coragem de mostrar quem são.
Sem máscaras
O essência viverão.




Não haverá mais "super – heróis!"
Haverá um tempo
Em que todos vão viver.
Esse tempo vai chegar! Onde nada vai abalar!
As pessoas não serão mais como boiada
Correndo ao encontro do nada.
Haverá um tempo,
Em que sem medo de voar,
Tudo que é vida vai se arriscar.
Sem medo de errar.
Esse tempo vai chegar! Pode esperar!
Tempo de pessoas doces e amigas.
Tempo de gente gentil,
Esse tempo vai chegar!
Vai... vai... vai!
Pode se arriscar!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

CAMINHO DE LUZ



Todos os dias agora
Ser como o sol
Que brilha com força e desenfreado.
Todas a manhãs
Levantar –se e erguer –se
Com clareza e alegria brilhante.
Brilhando. Deitar –se ... rolar –se na vida.
E viver....
Leve e com sorriso.
Soltar – se na vida como os raios de sol
Que enchem de brilho cada canto
Cada beco por onde passa.
Sentir o corpo queimando
A alma pulando. Vida, correndo nas veias.
Sentir o cheiro do dia
Envolver –se em cada manhã
E deitar –se a noite com satisfação
Ou nem deitar.
Seguir pela madrugada
Sempre cheia de delírios e fantasias.
Um dia novo é sempre um recomeço.
Sempre um desejo a mais.
Um novo dia – Um novo sonho; novas vontades e desejos; Novas emoções.
A vida não corre lá fora!
Ela se passa aqui dentro!
Dentro do peito.
Antes disto, cravada na alma.
A vida: Com seus abraços e pontapés.
Se entorpecer de sol ... a cada dia que se levantar.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O LOUCO E A CHUVA




A campainha é tocada.
--- Quem é?
--- É a chuva! E você quem é?
--- Eu sou o louco! Mas, espere um minuto, chuva não fala!
--- Claro que fala! Pois eu não estou falando?
--- Isso é verdade! Mas como vou saber se vossa senhoria é mesmo a dona chuva?
--- Sinta o clima de brisa. Sinta meu cheiro. É perfume de chuva fresca e calma!
“Como assim” ?---- pergunta o louco coçando os poucos cabelos---- Então existe várias de sua espécie, tem chuva calma, chuva violenta, chuva molhada, chuva seca, chuva de água, chuva de chuva ---- acaso vossa senhoria não é uma só?
Abre logo, diz a chuva tocando novamente a campainha--- você tem que Ter fé! Como posso me mostrar à você se não abre a porta? --- espere! Diz o louco assustado dando mais uma volta, fechando de vez a porta.
---- Não se deve abrir a porta à qualquer um! Ainda mais para um louco de voz estranha que se diz chuva. Que é, pensa que sou louco? Pergunta o homem ao objeto não identificado atrás da porta, já imaginando o apartamento cheio de água.
Mas a chuva, insistente, retruca --- Mas eu não sou homem, não tenha medo! Já lhe disse que sou chuva, fresca e calma.
---- E eu ,já lhe disse que chuva não fala! Completa o louco com água até o pescoço.
Anda pelo apartamento assustado já pensando que irá morrer afogado, o que fazer?!!! Pular da janela, se esconder no guarda – roupa, trancar mais a porta, debaixo da cama talvez, contra chuva não tem jeito! “ vou morrer afogado”.
Abre mais a janela, para a torrente de água passar, na tentativa de esvaziar o apartamento.
Olha paro o alto, grita: Meu deus, será que estou louco?
Mais uma vez a campainha é tocada, desta vez mais forte. E a “coisa” atrás da porta, insistente, continua:
---- Vamos, abra! Tenha calma, venho em missão de paz, estou cansada de andar por esta cidade, quero somente água e um bom banho!
---- Chuva não bebe água, e muito menos toma banho! Ponha – se para longe daqui, grita o homem, já decidido a não abrir porta.
---- Já te disse que, sou chuva sim! E venho em missão de paz.
Vim refrescar os homens e lhes darem perfume de brisa.
Mas se não acredita, vou – me embora! Pois tenho pressa --- Reunião marcada no espaço!
Já vou indo, até breve!
O louco, aliviado, senta no sofá molhado, e fica esperando ansioso o apartamento esvaziar.
Cosa a cabeça, pensa e pensa ...
Mas, em sua fértil imaginação, o apartamento se enche de água, cada vez mais.
“Não tem outro jeito vou Ter que abrir a porta para a água sair --- Seja o que deus quiser”.
Na dúvida, acende o esqueiro, pronto para detonar a inimiga molhada, se acaso não estiver ido embora. E vai lentamente abrindo a porta.
Daí, olha, primeiro um olho, depois o outro, é preciso cautela!
Felizmente ninguém está do outro lado.
E o louco respira aliviado. Agora já seco e de apartamento esvaziado.
De novo cosa a cabeça e pensa entrigado:
--- Quem será o louco que tocou a campainha?

A PAZ




A paz reinará quando todos se sentirem iguais
Quando todos quiserem ser iguais
Quando todos forem irmãos;
Amigos e companheiros de fé

A paz reinará quando a inveja se decepar
A paz existirá, mas quando todos forem amigos.
Ma amigos de verdade;
Daqueles que se sentem bem próximos um do outro

A paz nos dará asas
E não mais voaremos sozinhos;
Mas juntos, como irmãos em um mesmo avião em turbulência.

Teremos paz;
Como aquela que a criança tem
Quando abraça seus pais.

Teremos fé também,
E alegria de viver;
E tudo mais que merecermos.

Mas isso só virá quando o amor chegar
E as armas se abaixarem.

14/06/2009

domingo, 14 de junho de 2009

MORADOR DE RUA



Nos bancos das praças
Em meio a poeira e
Tóxicos lixos
Os amigos fazem sala.
Na cozinha improvisada
Sobre o gramado
O "mestre – cuca"
Mexe o jantar.
A fogueira,
Que da luz a noite,
Serve de fogão
Que também é usado como coberta.
Alguns panos e papelões
Servem como colchão.
No mato ao lado, atrás da árvore,
Fica o banheiro.
Não há chuveiro
Mas a torneira próxima a "sala"
Serve para um "belo" banho. E também,
Para lavar a boca. Quando é da vontade.




O mundo todo se resume alí
Notícias da TV? Só nos bares de esquina
Ou pelas vitrines de lojas podem ser vistas
Quando se é bem recebido.
Nas praças....
Viadutos....
Becos....
Tem gente pra tudo:
Eletricistas,
Mecânicos,
Pedreiros,
Profissionais da eletrónica,
Vendedores,
Atendestes....
Estão todos alí
Em suas casas improvisadas e isoladas.
Cansados de procurar emprego, ou tentar qualquer outra coisa
Sonham com pouca esperança.
E sobrevivem em meio a sociedade
Que não mais acreditam.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

FOME QUE MATA



Pelos becos escuros
Onde levantam os muros
Dói a barriga.
Pelos cantos.....
Onde a "fome zero" não chega.
Grupos de sorrisos
E olhares esperançosos
Se destroem.
Corpo e alma se quebram
Em um mundo afastado.
Onde a dor é mais forte que o amor.
Pelos becos distantes.....
Neste lugar onde não há governantes
A lei da fome que mata é quem da as cartas.
Nestes becos,
A fome
Como a corrupção,
Só na morte tem fim.
Ética, dignidade,
Solidariedade e cumprimento do dever
Não crescem quase nunca por aqui.
Só os becos... que crescem...
Que não se cansam de crescer.

RUA 25 DE MARÇO




Em meio a multidão de pessoas, lojas e exposições de produtos
Não se sabe para onde voltar os olhos primeiro.
Os olhos passeiam na multidão
Quase sem procurar muito
Pois, tudo se apresenta por si próprio
Num delicioso jogo de encontro.
O que se procura fatalmente será encontrado
Mas o bom mesmo
É achar o que não se estava procurando.
Basta um olhar em direção do vendedor e ele já se anima
Oferecendo mil surpresas
É uma loucura!
Pedestres, bicicletas, carrinho de mão......
Vozes de todos os sotaques
Lançadas ao ar em meio a multidão.
Quantos vendedores!
Se bem que quase nem precisava
Pois, as mercadorias se apresentam por si próprias.
No delicioso jogo de encontrar o não procurado.

terça-feira, 9 de junho de 2009

DIAS DESLEAIS




Tem dias que você se sente em meio a sujeira
Como um grão de feijão
Jogado ao chão
Que não cabe entre os irmãos iguais
Dançando na panela.
Mas depois,
Em outro dia,
Vem a força.
Que te joga até a panela
Para pular com os irmãos amigos.
Tem dias que tão pra baixo
Parece que se falta um pedaço
Há dias que deixam marcas:
Como tombo de escada;
Despensa do emprego;
Chute da namorada....
Mas depois vem a força,
Em outro dia....
A volta por cima....
Como topo de Roda Gigante
Brilhando na noite escura.



Há dias que te ensina....
Como pancada de malandro
Levada em boteco de beira de esquina.

26 de março de 2007

terça-feira, 2 de junho de 2009

O FELIZ




Penso que o mais grande dos humanos
É aquele que está feliz
Sem motivo algum para isso.

Feliz. Feliz e feliz
E nada mais.

Nada aconteceu lá fora
Para tal felicidade
Não há razão
É feliz porque é feliz e pronto.

Feliz porque existe. Felicidade divina
Por estar na vida
Feliz por feliz
E nada mais.

NO PONTO







No ponto sob o sol
O velhinho, com seu guarda – chuva aberto,
Espera o ônibus

O ônibus vem vindo.
O velhinho levanta o braço.

O ônibus passa sem parar
O motorista apressado finge não ver.....

O velhinho, abaixando o braço, pensa:
Que bom não estar chovendo
Assim, não corro o risco de ser atingido
Por uma poça de água
Vinda de roda de ônibus.

MOMENTO ENCANTADO




Havia no templo
Um orador, cuidadoso em palavras e humilde de alma
Ele prega... orientando os ouvintes atentos
Falava da luta e da importância da luta
Falava de coragem e também da importância da coragem
Coragem de lutar por uma idéia grande
Lutar com coragem por uma grande causa.

Havia no templo também uma criança
Que corria alegre e distraída
Subiu no palco, falou sozinha
e sorriu simpaticamente para o público
Olhou para o teto, certamente criando alguma coisa
Sorria, encantada
Sorria pra vida
Sorria da vida
Sorria criança.

Havia no templo um orador simpático e amigo
Que brincava com a criança encantada
O público todo olhava
Com simpatia e tranqüilidade de criança

Eu, sentado ao leu, em posição privilegiada,
Observava a criança passar, pra lá e pra cá
Deixando sua energia no ar



Depois, melhor ainda, no fim da oratória espiritual
Pude Ter o privilegio
De ver a criança passar nos braços do orador...indo embora..
Passei a mão na cabeça da criança e dei um tchal com a mão
E ela sorriu alegremente correspondendo.

HINO À CHUVA


HINO À CHUVA

Ó formoso cheiro de chuva
Que entra pelas janelas de meu ser
Ó brisa amiga e calma
Que vem à pacificar minha alma

Ó chuva embalada
Que primeiro ----- Relâmpago----- traz temor
Mas depois ------ brisa----- traz paz e calmaria
Ó chuva, cheia de vida, que do céus escorrega, desaba.

Molha a cidade, molha a vida, refresca os homens
Daí depois, imperiosa rainha, volta aos céus
Para planejar uma nova chegada à terra
Daí de cima, me diga, é mesmo a terra azul?

O homem que gritou: “ A terra é azul” não era daltônico?
Daí de cima, me diga, como planeja chegar da próxima vez?
Como virá? Onde? Hora e lugar
Preciso me planejar! Encontrar melhor lugar
Para melhor lhe apreciar.

Ó chuva fresca
Me dói o coração perceber que já se vai
Por que tão rápido?
Um momento só, vou passar um cafezinho!



Tem ordens para não ficar?
Tudo bem! Mas da próxima vez me liga
Diga hora e lugar
Preciso me planejar

Agora, siga com os anjos
Que, da janela, fico a admirar.

DOCE ILUSÃO




Doce ilusão de momentos.
As coisas felizes da terra
São doce ilusões de momentos.

Procuramos o prazer,
A felicidade.

Mas pobre de nós,
É ilusão passageira.
Somente o invisível é eterno.

Somente o desapego
E a busca do eterno
Nos trará eterna felicidade.